terça-feira, 19 de março de 2024
segunda-feira, 18 de março de 2024
domingo, 17 de março de 2024
sábado, 16 de março de 2024
REFLEXÃO LITÚRGICA PARA O 5º DOMINGO DA QUARESMA – 17/03/2024
“QUEREMOS VER JESUS!”
E |
ste é o desejo dos discípulos
gregos de João Batista ao se dirigirem a Filipe e, certamente também nosso.
Quando Filipe e André levaram esse desejo ao Senhor, escutaram a seguinte
declaração: “Quem se apega à sua vida, perde-a; Se alguém me quer servir, siga-me.”
Nada de euforia, pelo contrário.
Muita lucidez e autêntica seleção. Jesus veio para todos nós e deseja ser
acolhido por todos, mas seu seguimento está no abandono, na entrega, na doação
como vimos no domingo passado. Por outro lado, o Senhor diz: “Quem faz pouco de
sua vida neste mundo, conservá-la-á para a vida eterna.
Nossa natureza rejeita tudo
aquilo que é dor, que é desagradável, que é morte. Mas por que essa fuga? Vamos
ficar fugindo a vida toda sabendo que a morte terá a última palavra? Chegará um
momento em que nada adiantará e morreremos. É isso que Deus quer? Foi isso que
Ele planejou para nós?
Certamente não. Se fosse assim
seríamos pessoas conformadas com a morte, com o destino de caminhar neste vale
de lágrimas e morrer dolorosamente.
Mas não é assim. Queremos a vida
e a queremos plenamente, com saúde, carinho, amor, eternamente feliz. Tudo isso
porque essa é a nossa marca registrada. Fomos feitos pela vida e para a vida.
Deus, Vida, nos fez para Ele, a VIDA. Por isso, tudo aquilo que traz sinais de
morte, nós rejeitamos.
Contudo, frequentemente, nos
enganamos. Quantas e quantas vezes escolhemos o caminho da morte como se fosse
o da vida! O egoísmo, o “não” dito ao apelo da caridade, ao gesto de amor e de
perdão, o “sim” ao pecado, tudo isso são enganos e envenenamento para nossa
vida feliz e para o encontro com o sofrimento e a morte.
Quando os gregos pediram para
ver Jesus, estavam pedindo para ver a Vida e a Vida se apresentou a eles como
serviço, entrega, doação.
A vida diz que ela não se
coaduna com a morte e nem com seus sinais, ou seja, egocentrismo, personalismo,
e seus familiares.
E nós? Também queremos ver
Jesus, mas como analgésico para nossos males, ou como saúde, como Vida?
Aceitamos suportar sofrimentos
por causa de nossa fé em Jesus? Aceitamos renúncias, abnegações para que a vida
do outro seja mais saudável e feliz?
Como é nossa relação conjugal,
familiar e de amizade? É relação libertadora, de doação, de crescimento ou nós
a privatizamos e subordinamos o outro às nossas necessidades e caprichos, ou
nós aos dele?
Ver Jesus, encontrar Jesus são
atos libertadores, atos de vida.
Do mesmo modo que Moisés foi
convidado a tirar suas sandálias porque estava em terra sagrada, o que devo
tirar de meu coração para que, de fato, possa ver Jesus e permanecer com ele?
A 1ª leitura fala da lei da
Aliança impressa pelo Pai em nossas entranhas, e a 2ª, da obediência de Jesus
que se tornou salvação para todos nós. Aliança e obediência são provocadoras de
vida, aliás, já são a própria Vida.
Que cada dia, o desejo de ver
Jesus, renove em nós a obediência que nos une ao Pai e nos torna produtores
generosos de bons frutos. Só produz frutos quem está com Jesus.
sexta-feira, 15 de março de 2024
quinta-feira, 14 de março de 2024
quarta-feira, 13 de março de 2024
CONFISSÃO, O SACRAMENTO DA ALEGRIA!
S |
ão
Josemaria costumava chamar à Confissão o sacramento da alegria, porque através
dele se recuperam a alegria e a paz que traz a amizade com Deus, um dom que só
o pecado é capaz de roubar às almas dos cristãos.
O que é a confissão? “O sacramento da Reconciliação é um
sacramento de cura. Quando me confesso é para me curar, para curar a minha
alma, o meu coração e algo de mal que cometi”. (Papa Francisco, Audiência
geral, 19 de fevereiro de 2014).
Por que confessar-se? Explica o Papa Francisco que “o
perdão dos nossos pecados não é algo que possamos dar a nós mesmos. Eu não
posso dizer: perdoo os meus pecados. O perdão é pedido a outra pessoa e na
Confissão pedimos o perdão a Jesus. O perdão não é fruto dos nossos esforços,
mas uma dádiva, é um dom do Espírito Santo”. (Audiência geral, 19 de
fevereiro de 2014).
É complicado confessar-se? Não o é tanto: no Catecismo,
a Igreja propõe-nos quatro passos para uma boa confissão (Cfr. Compêndio do
Catecismo da Igreja Católica, 303.):
São quatro passos que damos para poder receber o grande abraço
de amor que Deus nosso Pai nos quer dar com este sacramento: Deus espera-nos,
como o pai da parábola, de braços estendidos, ainda que não o mereçamos. Não
importa a nossa dívida. Como no caso do filho pródigo, apenas é preciso que
abramos o coração.
1) EXAME DE CONSCIÊNCIA;
O
exame de consciência consiste em refletir sobretudo aquilo que nos tenha podido
afastar de Deus: “Que conselhos daria a um penitente para fazer uma boa
confissão? – pergunta-se ao Papa Francisco – Que pense na verdade da sua vida
frente a Deus, o que sente, o que pensa. Que saiba olhar com sinceridade para
si mesmo e para o seu pecado. E que se sinta pecador, que se deixe surpreender,
surpreendido por Deus”.
O exame de consciência consiste em refletir sobre aquelas ações,
pensamentos ou palavras que nos tenham podido afastar de Deus, ofender os
outros ou causar-nos dano interiormente.
É o momento de ser sinceros consigo próprio e com Deus, sabendo
que Ele não quer que os nossos pecados passados nos oprimam, antes deseja
libertar-nos deles para podermos viver como bons filhos seus.
2) CONTRIÇÃO (OU ARREPENDIMENTO), QUE INCLUI O PROPÓSITO
DE NÃO VOLTAR A PECAR;
A
contrição, ou arrependimento, é uma dor da alma e uma rejeição dos nossos
pecados, que inclui a resolução de não voltar a pecar. É um dom de Deus: por
isso, se te parece que ainda estás apegado ao pecado – que, por exemplo, não te
vês com forças para abandonar um vício, perdoar a uma pessoa ou emendar um dano
causado – pede-lhe a Deus que atue no teu coração, para que rejeites o mal.
Por vezes, o arrependimento chega com um sentimento intenso de
dor ou vergonha, que nos ajuda a emendar-nos. No entanto, não é indispensável
sentir esse tipo de dor; o importante é compreender que agimos mal, ter desejos
de melhorar como cristãos e fazer o propósito de não voltar a cometer essas
faltas.
“A contrição – explica o Papa – é o pórtico do arrependimento, é
essa senda privilegiada que leva ao coração de Deus, que nos acolhe e nos
oferece outra oportunidade, sempre que nos abramos à verdade da penitência e
nos deixemos transformar pela sua misericórdia”.
3) CONFISSÃO DOS PECADOS AO SACERDOTE;
Uma
boa confissão é dizer os pecados ao sacerdote de forma clara, concreta,
concisa e completa.
A confissão consiste na acusação dos todos os seus pecados
mortais cometidos desde a última confissão válida ou do batismo diante
do sacerdote.
“Confessar-se com um sacerdote é um modo de pôr a minha vida nas
mãos e no coração de outro, que nesse momento atua em nome e por conta de
Jesus. (...) É importante que vá ao confessionário, que me ponha a mim mesmo
frente a um sacerdote que representa Jesus, que me ajoelhe frente à Mãe Igreja
chamada a distribuir a misericórdia de Deus. Há uma objetividade neste gesto,
em ajoelhar-me frente ao sacerdote, que nesse momento é o canal da graça que me
chega e me cura”. (Papa Francisco, O nome de Deus é misericórdia)
Costuma dizer-se que uma boa confissão tem “4 C”:
1. Clara: indicar qual foi a falta específica, sem
acrescentar desculpas.
2. Concreta: referir o ato ou pensamento preciso, não usar
frases genéricas.
3. Concisa: evitar dar explicações ou descrições
desnecessárias.
4. Completa: sem calar nenhum pecado grave, vencendo a
vergonha.
4) SATISFAÇÃO (OU CUMPRIR A PENITÊNCIA).
O
sacerdote indica uma penitência para reparar o dano causado.
A satisfação consiste no cumprimento de certos atos de
penitência (orações, alguma mortificação etc.), que o confessor indica ao
penitente para reparar o dano causado pelo pecado.
É una ocasião também para dar graças a Deus pelo perdão recebido
e renovar o propósito de não voltar a pecar.
GUIA PARA CONFISSÃO
1.
Após a saudação habitual, o penitente (você) pede a benção ao sacerdote
dizendo: Dai-me a benção senhor!
2.
O sacerdote diz: O senhor esteja em seu coração para que arrependido confesse
humildemente seus pecados. Em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo.
3.
O penitente diz: Já faz (diz o tempo aproximado) desde minha última
confissão. Meus pecados são ... (Então você confessa seus pecados de
preferência começando com o mais graves.
4.
O sacerdote dar alguns conselhos (não é obrigatório). E então ele vai te dizer
qual a sua penitência.
5.
O penitente expressa sua contrição dizendo: Meu Deus, Eu me arrependo de vos
ter ofendido Pois sois tão bom e amável. Prometo com a vossa graça Esforçar-me
para ser bom! Meu Jesus, Misericórdia, Amém! Ou você pode dizer um ato de
contrição você sabe.
6.
Com a fórmula de absolvição o sacerdote em nome do próprio Jesus Cristo te
perdoa: “... Eu te absolvo de seus pecados em nome do Pai e de Filho, e do
Espírito Santo”. No final, o sacerdote o convida a sair em paz.
terça-feira, 12 de março de 2024
segunda-feira, 11 de março de 2024
domingo, 10 de março de 2024
sábado, 9 de março de 2024
REFLEXÃO LITÚRGICA PARA O 4º DOMINGO DA QUARESMA – 10/03/2024
S |
e existe
uma imagem de Jesus que me agrada bastante é a do Senhor crucificado. Vejo nela
o símbolo maior de nossa fé e o sinal mais explícito do amor de Deus por nós. É
a imagem da entrega radical ao Pai, por amor.
Por
outro lado, preocupa-nos quando alguns cristãos dizem que a imagem do
crucificado os choca e que não deveria ficar exposta, mas a do Senhor
ressuscitado. É verdade, O Cristo ressuscitado é a última palavra.
No
Evangelho deste domingo o Senhor nos fala que ele deverá ser levantado, para
que todos os que nele crerem tenham a vida eterna. Ele recorda a Nicodemos o
episódio no deserto quando, sob a orientação de Deus, Moisés levantou uma haste
de onde pendia uma serpente de bronze. Todos os que eram picados por serpente,
deveriam olhar para a de bronze e ficariam curados.
Todos
nós, no Paraíso, fomos picados pela serpente do egoísmo, do egocentrismo e de
todos os males. É preciso que, para nossa cura, olhemos com fé para o
Crucificado, testemunho maior do amor do Pai por nós, como fonte de vida, de
reconciliação e de paz. Diante da entrega radical a Deus, de total
descentralização, de abnegação absoluta, de esvaziamento de si mesmo, nosso
coração deverá aprender a lição de amor e moldar-se ao Crucificado.
Queridos
irmãos, quando nos expomos ao sol, não fazemos
nada, apenas deixamos que sua luz nos passe os benefícios de que nosso
organismo necessita. Nossa vida espiritual e, por que não dizer, nossa
maturidade psicoafetiva necessita que fixemos o olhar na imagem do Cristo
crucificado, sinal maior de libertação, de maturidade e de entrega por amor.
sexta-feira, 8 de março de 2024
quinta-feira, 7 de março de 2024
quarta-feira, 6 de março de 2024
O PODER DA ORAÇÃO
P |
ara os cristãos e de acordo os
escritos bíblicos do Novo Testamento, a oração é a força para a perseverança
nos caminhos da fé (cf. At 1,14); ela abre as portas do céu para as
graças de Deus (cf. Mc 11,24); liberta o homem do poder do
mal (cf. Mc 9,29) e para quem crê na Bíblia, a oração pode
fazer o impossível acontecer (cf. Mt 17,20).
Muitos
santos da Igreja Católica definiram, a partir da sua experiência pessoal, o que
vem a ser a oração. Segundo os escritos de Santa Teresinha do Menino Jesus,
"a oração é um impulso do coração, é um simples olhar lançado ao céu, um
grito de reconhecimento e amor no meio da provação ou no meio da alegria".
Alinhado
aos ensinamentos da Igreja, Padre Alírio José Pedrini, Dehoniano, Capelão da
Fraternidade Mariana do Coração de Jesus de Jaraguá do Sul-SC, autor de vários
livros relacionados à oração, explica que a oração é o relacionamento de uma
pessoa humana com o seu Deus. "Um relacionamento que vem do
falar com Deus, adorar, louvar, glorificar, bendizer e exaltar a Deus. Ao mesmo
tempo, consiste em ouvir a Deus, com o silêncio do coração, através da leitura
da Sagrada Escritura. Toda essa comunicação é a oração", diz o
padre.
De
acordo com o Catecismo da Igreja Católica (CIC), existem seis formas de
oração baseadas nas Sagradas Escrituras: benção, adoração, súplica,
intercessão, ação de graças e louvor. (cf. CIC 2626)
Segundo
padre Alírio, cada formato de oração tem o seu valor porque brota do coração
humano que vai conversar com o coração de Deus. Todavia, o sacerdote ressalta
que a oração que primeiro deve sair dos lábios do homem é a oração de adoração
a Deus.
"A
adoração é sempre o primeiro impulso diante de Deus, de reconhecê-lo como Deus,
proclamá-lo como Deus, de querê-lo como Deus verdadeiro. Crer que Ele é Uno, é
Trino, é Pai, Filho e Espírito Santo e que Ele tem todas as qualidades e
atributos divinos. Portanto, a oração que mais se adéqua diante de Deus é
exatamente reconhecê-lo como Deus, e isto se chama adoração", reforçou.
DEUS SEMPRE OUVE AS NOSSAS
ORAÇÕES?
Jesus disse no Evangelho de São
Mateus: "Tudo o que pedirdes com fé na oração, vós o
alcançareis" (Mt 21,22). No entanto, aos olhos
humanos, essa passagem bíblica poderia ser tachada de inadequada, visto que nem
tudo aquilo que se pede a Deus Ele concede. Verdade? Padre Alírio afirma que
não. Segundo ele, Deus sempre diz Sim à oração do homem.
“Eu
poderia dizer que, diante da oração, Deus sempre diz sim. Algumas vezes ele
diz: sim, já! E a graça acontece logo. Outras vezes, Deus diz: sim, mas não
agora! Eu vou lhe dar no tempo certo. Em outra oportunidade, Deus diz: Sim, mas
não o que você pede! Vou lhe dar outra coisa melhor para você", explicou.
O
sacerdote esclarece que a oração é sempre ouvida e atendida por Deus, mas é
preciso ficar atento à sua eficácia. Padre Alírio afirma que não existe
oração "fraca", a oração é "sempre
poderosa porque ela significa relacionamento com Deus que é todo poderoso”.
No
entanto, explica padre Alírio, a eficácia na oração depende do estado de
espírito da pessoa que reza, da fé que ela tem no Deus verdadeiro e ao mesmo
tempo a confiança na providência divina. "Às vezes, alguém pode
colocar na oração determinados pedidos que não seria para o seu próprio bem,
então, Deus atende aquilo que seja necessário para a pessoa".
AS EXPRESSÕES DE ORAÇÃO
O Catecismo Católico explica que
a tradição cristã conservou três expressões principais da vida de oração:
oração vocal, a meditação e a oração mental (cf. CIC 2699).
A
oração que comumente se vê é a vocal. "É por palavras que a
nossa oração cresce", diz o Catecismo. A meditação é, na
explicação da doutrina católica, uma procura para compreender o porquê e o como
da vida cristã. Já a oração mental, trata-se de uma relação de intimidade da
pessoa com Deus. "Um comércio íntimo de amizade em que
conversamos muitas vezes a sós com esse Deus por quem nós sabemos amados",
traduziu Santa Teresa.
Padre
Alírio reflete que com a agitação dos dias atuais, o tempo de recolhimento para
estar com Deus corre o risco de ficar reduzido ou até mesmo esquecido. Para
ele, separar um tempo para a oração não é questão de preferência. O sacerdote
acredita que se uma pessoa tem uma profunda amizade com Deus, se percebe que
esse Deus a ama profundamente e procura amá-Lo da mesma forma, com certeza irá
encontrar um tempo para se comunicar com Ele, para ouvi-Lo e contemplá-Lo.
"É
verdade que há muita agitação no mundo de hoje, a vida é muito corrida, mas
sempre as pessoas encontram um tempo para aquilo pelo qual se interessam,
sempre encontram um espaço de tempo para aquilo que buscam. Portanto, se a
pessoa tem uma fé viva no Deus Verdadeiro, se tem um relacionamento bonito com
Ele, se sente dependência de Deus em todas as coisas, ela vai encontrar, se não
um longo tempo, mas algum tempo para então se comunicar com Deus", afirmou.
terça-feira, 5 de março de 2024
segunda-feira, 4 de março de 2024
domingo, 3 de março de 2024
sábado, 2 de março de 2024
REFLEXÃO LITÚRGICA PARA O 3º DOMINGO DA QUARESMA – 03/03/2024
A |
primeira leitura nos fala da preservação da
vida, que se dá através do cumprimento da Lei de Deus. Mas a grande novidade do
Decálogo foi o modo como os mandamentos foram apresentados. Nos outros povos, a
lei era dada de forma impessoal. Em Israel Deus se apresenta próximo e diz
‘TU”. Por outro lado, os mandamentos não devem ser encarados como proibições,
mas como indicações para o caminho certo para a vida.
Se
prestarmos atenção, perceberemos que todo o eixo da lei de Deus está em “não
matar”. O verdadeiro crente é aquele que defende e promove a vida. Sabemos
também que o Decálogo não esgota a Lei de Deus, mas somente o Amor é a
plenitude da Lei. São Paulo disse que “Quem ama o irmão cumpriu toda a Lei”.
No
Evangelho o doce e manso Jesus, estarrecido, se transformou e se tornou um
homem impetuoso, intrépido e bravo, usando cordas como chicote, expulsando do
Templo os vendedores de ovelhas, pombas, bois e os que faziam o câmbio.
O
Senhor disse, naquele momento, que não concordava com um culto onde se mesclava
religião e interesses econômicos. Ele abole não apenas os sacrifícios do
Templo, mas o próprio Templo.
Em
seguida, Jesus falou do novo Templo e do novo culto. Se antes as pessoas iam ao
Templo de Jerusalém para celebrar a Páscoa, agora elas a celebrarão através de
seu corpo morto e ressuscitado, que é, ao mesmo tempo, Templo, altar, vítima e
sacerdote.
Os
sacrifícios que agradam a Deus são as obras de amor, de caridade, como vimos no
comentário da primeira leitura. O incenso que agrada a Deus é o perdão, o
socorro ao pobre, a visita ao doente e ao prisioneiro, a vida fraterna. Esses
atos são a complementação do Decálogo, da Lei.
Finalmente,
na Carta aos Coríntios, São Paulo nos fala de dois grupos de crentes: aqueles
que baseiam sua fé nos milagres, curas, ações fantásticas; o outro grupo, ao
contrário, é mais racionalista, mais ponderado, fruto de uma religião
sapiencial. Mas qual seria o posicionamento cristão? Uma religião que prioriza
curas ou uma religião que destaca a sabedoria. Nem uma coisa e nem outra. O
posicionamento cristão é, como diz o próprio nome, seguir Jesus Cristo,
imitá-lo em seu relacionamento com o Pai e com os irmãos: Jesus foi total
doação através da cruz. Ora, Jesus foge do comum, do humano, de naturalmente
pensar em si e em sua própria realização. Ele pensa no Pai, ele pensa no outro,
pensa em nós.
Pensar
no outro significa sacrificar-se pelo outro, esvaziar-se, entregar-se por amor,
e isso só se consegue com a graça de Deus.
Queridos irmãos, a liturgia de hoje nos propõe uma limpeza em nossos atos religiosos. Eles devem estar purificados de qualquer interesse, a não ser o de amar e de amar até morrer. Morrer de amor!
sexta-feira, 1 de março de 2024
quinta-feira, 29 de fevereiro de 2024
A IMPORTÂNCIA DO JEJUM NA VIDA DO CRISTÃO
Jonathan Ferreira
Missionário da Comunidade Canção Nova
O |
jejum é uma das práticas
espirituais mais antigas. São inúmeros os exemplos ainda no Antigo Testamento
sobre essa prática. Moisés, Elias, Daniel, os profetas, Joel, Jeremias, Isaías
e tantos outros exortaram a respeito deste tema. Nos Evangelhos, temos o
próprio Jesus dando o exemplo: “Jejuou quarenta dias e quarenta noites.” (Cf
Mt 4,2); e exortou os discípulos para que assim também o fizessem: “Quanto
a esta espécie de demônio, só se pode expulsar à força de oração e de jejum” (Cf
Mt 17, 21).
Os apóstolos jejuavam, posteriormente os
padres da Igreja e igualmente os inúmeros santos da Igreja Católica ao longo da
história. É certo que estamos falando de uma prática espiritual consolidada e
eficaz. Para que não haja confusão, precisamos definir o que é o jejum:
trata-se da privação daquilo que é alimento. Portanto, não estamos falando de
deixar de assistir à TV, abster-se de redes sociais ou simplesmente não
comer doces ou não beber refrigerante. Todas essas coisas entram na categoria
de penitências, favorecem a vida ascética, mas não é jejum
propriamente dito conforme a Igreja ensina. Uma forma de fazer jejum é a
seguinte, ao longo do dia, a pessoa deve tomar apenas uma única refeição
completa que seja capaz de saciá-la, mas que não contenha excessos, e, ao longo
do mesmo dia, outras duas refeições modestas, como lanches simples que mantêm o
caráter penitencial e austero do jejum. Também é possível praticar o jejum da
seguinte forma, uma refeição completa sem exageros, mas que sacie e, ao longo do
mesmo dia, dois ou mais momentos em que se come pão.
Em um dia
de jejum, como em um dia normal, é necessário sempre se hidratar tomando muita
água e não devemos deixar de tomar remédios, caso necessário. Não devemos ter
lanchinhos, “beliscar” as coisas da cozinha, chupar balas etc., esse hábito
foge do caráter de austeridade que o jejum exige.
Segundo o ensinamento da Igreja, os dias
obrigatórios para o fiel praticar o jejum são: a Quarta-feira de Cinzas e a
Sexta-feira da Paixão do Senhor. Esta lei eclesial se aplica a todos os fiéis
católicos com idade de 18 a 60 anos. Mas isso não impede que, generosamente e
para purificar-se, a pessoa faça jejum muitas vezes durante o
ano, inclusive, é bom que se tenha o hábito do jejum. Tendo dito isso, acredito
que podemos partir para o efeito do jejum na vida de quem o pratica. Existe, no
interior do homem, uma tríplice concupiscência: a soberba da vida, a
concupiscência dos olhos e a concupiscência da carne. Essas concupiscências
agem no interior do homem e, de maneira resumida o faz estimar a si próprio de
maneira desordenada, buscar desordenadamente as coisas materiais e buscar desordenadamente
os prazeres sensíveis. O jejum é a ferramenta que favorece para que seja
ordenado, no interior do homem, a busca pelos prazeres sensíveis. O que é o
prazer sensível? São aqueles que advém do uso dos nossos cinco sentidos, em
especial o tato e o paladar. O homem que vive supervalorizando os prazeres pelo
sentido é como animais irracionais. Ou seja, o homem que age tão somente levado
pelo prazer sexual ou da bebida ou comida, é semelhante aos animais que não
conseguem se conter sexualmente. Os cachorros, quando veem uma cadela no cio ou
uma vasilha de comida, logo se lançam para saciar-se desconsiderando toda e
qualquer regra moral ou espiritual, agem dispensando o aspecto racional (nem
sequer possuem tal potência) e se comportam como verdadeiras feras
selvagens. Este tipo de homem, que age como um animal irracional porque busca
de maneira desordenada o prazer sensível, tem muita dificuldade na vida de
oração, ele mal fecha os olhos para rezar e logo inúmeras imagens e
preocupações lhe assaltam o pensamento levando-o a distrair-se.
Quando este mesmo homem se coloca a
estudar, mal consegue concentrar-se por poucos minutos, fica inquieto, entra na
rede social para encontrar algum entretenimento nas redes sociais ou se levanta
de sua mesa à procura de alguém para conversar e distrair-se. Tudo isso porque
necessita de estímulos, seja sonoro, visual, tátil ou palatável. Alguém poderia
dizer: mas eu tenho o temperamento sanguíneo e a distração é algo “normal” para
o meu temperamento. É certo que existem diferenças entre temperamentos, alguns
são mais expansivos e outros menos, contudo, não é sobre isso que estamos
falando. Mesmo uma pessoa com temperamento expansivo como o sanguíneo é capaz
de concentrar-se, não viver procrastinando, desenvolver um sólido trabalho
intelectual e alcançar a santidade. O melhor exemplo neste caso é Santo
Agostinho, um sanguíneo que soube moderar os prazeres sensíveis, nos deixou um
legado filosófico e teológico imenso e ainda se tornou um santo doutor da
Igreja. Tenha a certeza de que ele não conseguiria levantar todo esse edifício
espiritual se não tivesse domado suas paixões mais baixas, no caso, a
concupiscência da carne. Esse é o início da santificação do homem.
Além do benefício ascético relacionado à
prática do jejum, existe uma graça espiritual que a mesmo comporta. Podemos
verificar isso na passagem do livro de Jonas, que exortava o povo de Nínive à
conversão: “Jonas entrou na cidade e começou a andar. Caminhou um dia inteiro
dizendo assim: ‘Dentro de quarenta dias, Nínive será destruída!’. Os ninivitas
passaram a crer em Deus e proclamaram um dia de penitência, vestindo-se todos
de saco do maior ao menor. O fato chegou até o conhecimento do Rei. Mandou
também publicar e proclamar aos ninivitas este decreto do rei e de seus
ministros: ‘As pessoas, os animais, o gado e as ovelhas não poderão provar
nada, ficando sem pastar e sem água. Pessoas e animais deverão se vestir de saco,
clamando a Deus com força’” (Cf. Jn 3,4-8). E o resultado dessa boa
prática foi o seguinte: “Deus viu o que eles fizeram e como voltaram atrás de
seus caminhos perversos. Compadecido, desistiu do mal que tinha ameaçado. Nada
fez.” (Cf. Jn 3,10). Esse é um exemplo claro do jejum aliado à oração,
que favoreceu a conversão de um povo inteiro. Escutaram a pregação de Jonas e
tiveram fé, virtude fundamental para o crescimento espiritual. Jejuaram e
clamaram a Deus, suplicando a Sua misericórdia. Portanto, não se trata de uma
demonstração de força humana, mas de um reconhecimento de sua própria miséria,
o homem se recusa temporariamente a receber o alimento material para receber em
abundância do alimento divino.
Ainda sobre a força espiritual do jejum
aliado à oração, podemos citar o versículo com o qual iniciamos esse
artigo: “Quanto a esta espécie de demônio, só se pode expulsar à força de
oração e de jejum” (Cf. Mt 17, 21). Existem forças malignas que agem
neste mundo, quando temos uma vida de oração profunda e somamos isso às
práticas penitenciais como o jejum, podemos dizer que, temos um manancial de
graça para combater o mal e começamos a viver conforme o ensinamento de São
Pedro em sua carta: “Sede sóbrios e vigilantes. O vosso adversário, o diabo,
anda em derredor como um leão que ruge, procurando a quem devorar” (IPd 5,
8).
Para finalizarmos esse artigo, tenhamos
em mente o seguinte: não se conhece, na história da Igreja, algum santo que não
tenha usufruído desta ferramenta santificadora. Sendo assim, com discernimento
e generosidade, dedique-se para crescer, dia após dia, nessa prática espiritual
fecunda. O Senhor nos convoca para a santidade.
quarta-feira, 28 de fevereiro de 2024
terça-feira, 27 de fevereiro de 2024
segunda-feira, 26 de fevereiro de 2024
domingo, 25 de fevereiro de 2024
sábado, 24 de fevereiro de 2024
REFLEXÃO LITÚRGICA PARA O 2º DOMINGO DA QUARESMA – 25/02/2024
G |
eralmente, apesar de nossa fé no
Deus de Amor revelado por Jesus, temos atitudes pagãs em que julgamos o Todo
Poderoso nos solicitar sacrifícios desumanos. Assim pensamos que para Deus é
agradável penitências dolorosas, difíceis e até para falar com Ele são
necessários procedimentos artificiais e fora de nossa realidade.
Tudo isso mostra que raízes
pagãs ancestrais estão arraigadas em nossa cultura como estava na de Abraão,
marcada por forte politeísmo cujo culto se expressava com inúmeros sacrifícios
às divindades.
Abraão que aos poucos conhece o
Deus único e verdadeiro, que se lhe apresenta, tem sua fé colocada à prova com
o sacrifício de seu filho Isaque. Tendo Abraão provado sua fé, Deus poupa-lhe o
sacrifício revelando sua bondade e generosidade. O que passa pela cabeça de
Abraão, passa também pela nossa.
Julgamos que Deus se satisfaz
com aquilo que é mais doloroso e difícil. Que Deus é esse? Certamente não é o
que se revelou a Abraão e muito menos o revelado por Jesus Cristo no Evangelho.
O que Abraão desejava e agradou
a Deus foi sua atitude de desacomodação em deixar sua casa paterna, sua pátria
e ir para o desconhecido, apenas confiando na Palavra do Senhor. A atitude de
matar seu filho, evidentemente não agradou ao Poderoso, mas mostrou que também renunciava
a seu futuro e só esperava em Deus.
O sacrifício que agrada ao
Senhor é uma atitude de despojamento e de desacomodação, de entrega total à Sua
Palavra e de confiança absoluta n’Ele.
No Evangelho temos o relato da
Transfiguração do Senhor. Vamos observar a atitude de Pedro. Ele priva,
juntamente com João e seu irmão Tiago, de uma amizade especial com o Senhor e
lhe é revelado, de modo enfático, a paixão que Jesus sofrerá. Enquanto Jesus
busca prepará-los para o momento decisivo de sua luta contra o mal, Pedro fica
fascinado pelo momento que vive, diríamos hoje, deslumbrado, e propõe a
estabilidade, a acomodação através da construção de tendas, no desejo de
perenizar o passageiro.
O Pai lhe chama a atenção
dizendo para ouvir o que O Filho amado tem a dizer. Nesse momento acaba a
teofania e apenas Jesus permanece com eles. O único necessário em nossa vida é
ouvir Jesus, a Palavra do Pai. A renúncia que agrada a Deus, a abnegação desejada,
a penitência autêntica é colocar tudo em segundo plano e apenas Jesus Cristo
como o absoluto de nossa vida.
Tudo o que a vida me oferece,
seja no plano material, seja no espiritual, tudo deverá ser relativizado:
família, saúde, religião, carreira, honra, tudo. Todos esses valores deverão
ser vivenciados à medida que me aproximam de Deus.
A santidade do relacionamento
entre esposos, pais, filhos, irmãos e irmãs, não está nele mesmo, mas enquanto
são relacionamentos que me levam a Deus, me levam a amar. Sendo assim eles se
tornam sagrados.
Meus irmãos, minhas irmãs, as
cruzes que encontramos na vida conjugal, familiar, profissional, na comunidade
eclesial, e em tantos outros lugares, foram anunciadas na transfiguração de
Jesus e fazem parte dessa vida de entrega, de renúncia, de abnegação, de
penitência, de amor.
E neste tempo de penitência não
nos esqueçamos o jejum que sobremaneira é agradável a Deus: “soltar as algemas
injustas, soltar as amarras de jugo, dar liberdade aos oprimidos e acabar com
qualquer escravidão”.
Sigamos o Mestre e, como Ele,
sejamos generosos em amar.
sexta-feira, 23 de fevereiro de 2024
quinta-feira, 22 de fevereiro de 2024
quarta-feira, 21 de fevereiro de 2024
QUARESMA, TEMPO DE REFLEXÃO E ORAÇÃO!
A |
palavra “QUARESMA” vem do
Latim quadragésima e é utilizada para designar o período de quarenta dias que
antecedem a festa ápice do cristianismo: a Ressurreição de Jesus Cristo,
comemorada no famoso Domingo de Páscoa. Esta prática data desde o século IV.
Na Quaresma, que começa na Quarta-Feira de Cinzas e termina na
quarta-feira da Semana Santa, os católicos realizam a preparação para a Páscoa.
O período é reservado para a reflexão, à conversão espiritual. Ou seja, o
católico deve se aproximar de Deus visando o crescimento espiritual. Os fiéis
são convidados a fazerem uma comparação entre suas vidas e a mensagem cristã
expressa nos Evangelhos. Esta comparação significa um recomeço, um renascimento
para as questões espirituais e de crescimento pessoal.
O cristão deve intensificar a prática dos princípios essenciais
de sua fé com o objetivo de ser uma pessoa melhor e proporcionar o bem para os
demais. Essencialmente, o período é um retiro espiritual voltado à reflexão,
onde os cristãos se recolhem em oração e penitência para preparar o espírito
para a acolhida do Cristo Vivo, Ressuscitado no Domingo de Páscoa. Assim,
retomando questões espirituais, simbolicamente o cristão está renascendo, como
Cristo.
Todas as religiões têm períodos voltados à reflexão, eles fazem
parte da disciplina religiosa. Cada doutrina religiosa tem seu calendário
específico para seguir.
"A COR LITÚRGICA DESTE TEMPO É A ROXA,
QUE SIGNIFICA LUTO E PENITÊNCIA"
Cerca de duzentos anos após o nascimento de Cristo, os cristãos
começaram a preparar a festa da Páscoa com três dias de oração, meditação e
jejum. Por volta do ano 350 d.C., a Igreja aumentou o tempo de preparação para
quarenta dias. Assim surgiu a Quaresma.
QUAL O SIGNIFICADO DESTES 40 DIAS?
Na Bíblia, o número quatro simboliza o universo material. Os
zeros que o seguem significam o tempo de nossa vida na terra, suas provações e
dificuldades. Portanto, a duração da Quaresma está baseada no símbolo deste
número na Bíblia.
Nela, são relatadas as passagens dos quarenta dias do dilúvio,
dos quarenta anos de peregrinação do povo judeu pelo deserto, dos quarenta dias
de Moisés e de Elias na montanha, dos quarenta dias que Jesus passou no deserto
antes de começar sua vida pública, dos 400 anos que durou a estada dos judeus
no Egito, entre outras.
Esses períodos vêm sempre antes de fatos importantes e se
relacionam com a necessidade de ir criando um clima adequado e dirigindo o
coração para algo que vai acontecer.
O QUE OS CRISTÃOS DEVEM FAZER NO
TEMPO DA QUARESMA?
A Igreja católica propõe, por meio do Evangelho proclamado na Quarta-Feira
de Cinzas, três grandes linhas de ação: a oração, a penitência e a caridade.
Não somente durante a Quaresma, mas em todos os dias de sua vida, o cristão
deve buscar o Reino de Deus, ou seja, lutar para que exista justiça, a paz e o
amor em toda a humanidade.
Os cristãos devem então recolher-se para a reflexão para se
aproximar de Deus. Esta busca inclui a oração, a penitência e a caridade, esta
última como uma consequência da penitência.
COMO SE CALCULA A PÁSCOA? QUANDO VAI
CAIR?
A Páscoa sempre acontece na primeira lua cheia após a primavera
na Europa. A primavera na Europa tem um enorme
significado de vida, pois durante o inverno toda a natureza fica morta,
ressurgindo com o início de uma nova estação. Podemos fazer uma analogia da
primavera com a Ressurreição de Jesus, que vence a morte.
Bem, como estávamos falando, quando se descobre qual o dia da
primeira lua cheia da primavera, então se passam há contar 40 dias (quaresma)
para trás, sem incluir os domingos. Então se chega à data que será a
Quarta-Feira de Cinzas e o início da quaresma. Por isso, a Páscoa é uma data
móvel, assim como a Sexta-Feira Santa, a Quinta-Feira Santa, o Carnaval etc.